“Elas [variantes] não chegaram só em um lugar, elas circularam por todo o país”, apontou a vice-diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan, Maria Carolina Sabbaga.
A análise foi elaborada a partir do sequenciamento de quase quatro mil genomas do vírus coletados em todos os Estados brasileiros entre fevereiro de 2020 e junho deste ano. A pesquisa ainda sugeriu que o Brasil foi o “disseminador” das variantes de covid-19 para outros países.
“Vieram as medidas de restrição mais fortes, mas essas medidas depois foram aliviadas por uma série de razões. O que acontece? Aparece uma variante de preocupação muito grave, que foi a gama lá em Manaus, e se espalhou primeiro pelo Brasil e, depois, internacionalmente”, lembrou a pesquisadora.
As análises que mostram o movimento viral no Brasil apontaram que o Sudeste foi o maior contribuinte de trocas virais para outras regiões, com 40%. Em seguida está a região Norte, com 25% dos movimentos virais.
“Esse sequenciamento genômico é importante porque ele permite que a gente veja e rastreie como o vírus está se espalhando e como ele está evoluindo. Com isso, a gente pode ajudar as autoridades de saúde pública a definir as estratégias de controle”, explicou Maria Carolina. O trabalho foi publicado como artigo na plataforma de preprint, ou seja, sem revisão de outros cientistas, MedRxiv. Revista Oeste