sexta-feira, 27 de março de 2020

Justiça bloqueia R$ 420 milhões em bens de 26 alvos da Operação Furna da Onça, no Rio


A Justiça Federal no Rio de Janeiro decretou o bloqueio de até R$ 420,4 milhões em bens de 26 réus que foram alvos da Operação Furna da Onça. A investigação revelada em novembro de 2018 mirou esquemas de corrupção envolvendo políticos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e os governos de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.
A ordem judicial obtida pela atuação do Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Força Tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro atinge o deputado federal Vinicius Farah (MDB), ex-presidente do Detran do Rio de Janeiro; e dez ex-deputados da Alerj: André Correa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (SD), Edson Albertassi (MDB), Jorge Picciani (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante), Marcus Vinicius “Neskau” (PTB) e Paulo Melo (MDB).
Os alvos do bloqueio ainda incluem o ex-secretário de Governo Affonso Monnerat, o ex-presidente do Detran Leonardo Jacob, o ex-vereador do Rio Daniel Martins (ex-assessor de Luiz Martins) e ex-assessores parlamentares.
A 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro acolheu o pedido do MPF e determinou os tetos da indisponibilidade de bens de cada réu, para que, em caso de condenação, sejam devolvidos aos cofres públicos valores pagos em atos de corrupção e ocultados em movimentações entre políticos e assessores. Os valores de cada bloqueio cautelar variam entre R$ 800 mil (Farah, Monnerat, Simão e outros quatro réus) e R$ 60,7 milhões (Melo e três ex-assessores de sua equipe).
Em seu pedido, o MPF detalhou que as propinas somavam mais de R$ 75,4 milhões, com cifras maiores destinadas aos ex-presidentes da Alerj Paulo Melo (R$ 30,3 milhões) e Jorge Picianni (R$ 15,7 milhões). A Justiça fixou quantia referente ao dano moral em valor similar à reparação, a exemplo de outros casos da Lava Jato/RJ.
“No caso dos autos, tudo o que se exige para a decretação da medida é a averiguação de indícios de prática dos delitos apontados, juízo que constato ser positivo no presente momento, inclusive já havendo denúncia recebida em face dos ora requeridos pela prática das condutas narradas, o que robustece os fundamentos já aqui esposados, razão pela qual defiro o bloqueio de bens móveis e imóveis nos limites apontados, para os investigados”, afirmou a 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Os esquemas 
Deflagrada em novembro de 2018, a Operação Furna da Onça aprofundou apurações de esquemas de propinas pagas pelo ex-governador Sérgio Cabral a deputados aliados e do loteamento de cargos e de mão de obra terceirizada em órgãos como o Detran-RJ.
No plenário ou em comissões da Alerj, os deputados envolvidos deram votos favoráveis à aprovação das contas anuais dos governos Cabral e Pezão ou tiveram posicionamentos a favor do governo, como na votação sobre a abertura da CPI do Ônibus.
O processo tramita sob o número 5016700-93.2020.4.02.5101. (Com informações da Assessoria de Comunicação do MPF na 2ª Região – RJ/ES) - Por Cláudio Humberto

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