quarta-feira, 11 de março de 2020

Professores da rede pública do Recife determinam greve após recusa de reajuste salarial; Escolas funcionam parcialmente


Os professores da rede municipal de ensino do Recife deflagraram greve nessa terça-feira (10) por tempo indeterminado. A decisão foi tomada após uma assembleia, na qual a categoria rejeitou a proposta da prefeitura. No mesmo dia, a classe também realizou uma passeata pelas ruas centrais da cidade. O JC, contudo, visitou escolas no Centro da capital pernambucana e detectou que algumas aulas estão ocorrendo, enquanto que outras não. A depender da unidade, umas estão com mais aulas dos que as outras.

Os mais de seis mil docentes exigem o cumprimento da Lei do Piso Salarial do Magistério Público da educação básica. O percentual indicado para este ano é de 12,84% de reajuste.
Eles reivindicam, ainda, a realização de concurso público para preencher cerca de mil vagas na rede, eleições diretas para gestores de escolas e melhorias no plano de saúde do servidor, o Saúde Recife.
A proposta da prefeitura do Recife, que foi rejeitada, é de dividir a extensão do reajuste em três parcelas, além de reajustar o abono educador, que é pago sempre no mês de outubro, em 9,54%.
Para Cláudia Ribeiro, coordenadora geral do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede (Simpere), Cláudia Ribeiro, o parcelamento é um “profundo desrespeito”.
A proposta da prefeitura de dividir o percentual de 12,84%, quando a lei federal diz que ele tem que ser parcelado em janeiro, parcelado em três vezes a partir de outubro, é um profundo desrespeito. Nesse sentido, a gente continua em greve por tempo ilimitado. A gente estudou as contas da prefeitura do Recife e, ao contrário do que ela diz em rodada de negociação, a prefeitura tem condições de atender a nosso pleito
Cláudia Ribeiro
A rede de educação da capital tem cerca de 90 mil estudantes e administra mais de 300 escolas, sendo 81 creches, a Escola de Arte João Pernambuco e o Barco Escola.

Atos

Nesta quarta-feira (12), primeiro dia da paralisação, os profissionais pretendem conversar com a comunidade. Pela manhã, haverá uma assembléia no pátio da prefeitura do Recife.

Resposta

Por meio de nota, a Prefeitura do Recife esclareceu que foi surpreendida com a greve do Simpere, e garante que vai pagar o piso salarial estabelecido pela Lei, a partir de março. A administração explica que, de fato, propôs a extensão do reajuste de 12,84% para toda a categoria, dividindo em três parcelas.
A Prefeitura do Recife foi surpreendida com a decretação de greve por parte do Simpere, tendo em vista que estava aberto o canal de diálogo com a categoria. Nesta segunda-feira (9), foi realizada a segunda mesa de negociação setorial com a categoria, além de quatro rodadas da Mesa Geral de Negociação dos Servidores. A decisão do sindicato em pleno ambiente de negociação só prejudica os 90 mil alunos da rede municipal de ensino e seus familiares.
A Prefeitura do Recife informa ainda que vai pagar o piso salarial estabelecido pela Lei Federal n° 11.738/2008, a partir deste mês. Mesmo diante da grave crise econômica que a afeta as contas públicas em todo o país, a Prefeitura do Recife propôs a extensão do reajuste de 12,84% para toda a categoria, aplicado em três parcelas (4,5% em outubro, 4% em novembro e 3,83% em dezembro), além de reajustar o abono educador, que é pago sempre no mês de outubro, em 9,54%. JC

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