quinta-feira, 28 de maio de 2020

Bolsonaro ataca ação da PF e faz críticas ao STF: 'Chegamos no limite'


O presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas na manhã desta quinta-feira (28) ao STF (Supremo Tribunal Federal) um dia após a operação determinada pela Corte que fez buscas e apreensões em  endereços acusados de veicular fake news. 
"Não teremos outro dia como ontem, chega! Estou com as armas da democracia nas minhas mãos", afirmou o presidente em frente ao Palácio do Alvorada. "Chegamos no limite", declarou.

Visivelmente irritado na live publicada nesta manhã, ele afirmou que o único objetivo da ação de quarta-feira, determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, era atingir pessoas que o apoiam. "Querem tirar a mídia que tenho em meu favor, sob o argumento falacioso de fake news."

"Não foi justo o que aconteceu no dia de ontem. Se coloquem no lugar daquelas pessoas que tiveram suas residências invadidas, como se fossem bandidos." 
Entre os alvos da operação da Polícia Federal estavam, além de apoiadores com contas influentes nas redes sociais, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e o dono das lojas Havan, Luciano Hang. 
Nas palavras do próprio Bolsonaro, governar está sendo mais difícil do que imaginava porque os inimigos estão aqui dentro, e não no exterior. 
"Não mais ousarão atingir direitos individuais. Chega! Eu peço a Deus que ilumine a todos em Brasília para que de forma sensata venham corrigir o que está sendo feito de errado", declarou Bolsonaro. "Essa crise não interessa para ninguém. Uma pessoa [Alexandre de Moraes] conseguiu punir a imprensa, tradicional e as redes sociais".

Reunião ministerial

Bolsonaro também reclamou do STF ao voltar a comentar a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, determinada pelo decano da Corte, Celso de Mello. "Fizemos o possível para que só fosse exibido o que interessava ao inquérito, mas não fomos atendidos."

"Ouvir que um ministro meu [Abraham Weintraub] pode ser preso por até 20 anos...  eu peço que reflitam", disse, e enfatizou. "Pelo amor de Deus, eu peço que reflitam."
Na visão do presidente, a reunião era fechada, secreta e lá dentro todos poderiam falar o que quisessem. "A responsabilidade do que tornou-se público não é de nenhum ministro, é do Celso de Mello, ele divulgou. Eu peço pelo amor de Deus que não sigam com esse inquérito, a não ser se for pelo abuso de autoridade."
Bolsonaro disse se colocar à disposição para discutir o andamento dos processos relacionados ao governo federal com o ministro do STF, Edson Fachin, e com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente.
Na abertura da suposta entrevista coletiva, que no entanto não teve espaço para perguntas da imprensa, ele reclamou de governadores e prefeitos que, de acordo com ele, estão ajudando a derrubar a economia com medidas extremas contra o coronavírus.
Afirmou que agora há uma terceira onda negativa possível com a pandemia. O vírus em si é a primeira, seguido pela recessão e, finalmente, um terceiro momento, o de caos social, comparável ao que vive a Venezuela. 

Críticas começaram antes

Durante a madrugada, o presidente já havia mostrado em suas redes sociais descontentamento com a operação determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Bolsonaro também publicou em suas redes sociais um vídeo questionando o conceito de liberdade de expressão defendido por Moraes. E afirmou: "Estamos trabalhando para que se faça valer o direito à livre expressão em nosso país. Nenhuma violação desse princípio deve ser aceita passivamente!" R7

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