segunda-feira, 29 de março de 2021

Ernesto Araújo revela motivo para o Congresso pedir sua saída

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, utilizou as redes sociais, neste domingo (29), pra fazer um desabafo: o chanceler acredita que a pressão do Congresso para demiti-lo seria em virtude de interesses de alguns senadores na licitação da tecnologia 5G, que será realizada este ano.
Araújo citou uma reunião que teve com a senadora Kátia Abreu (PP-TO), atual presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, em que ela teria solicitado “um gesto em relação ao 5G”.
“Em 4/3, recebi a Senadora Kátia Abreu para almoçar no MRE. Conversa cortês. Pouco ou nada falou de vacinas. No final, à mesa, disse: “Ministro, se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será o rei do Senado.” Não fiz gesto algum. Desconsiderei a sugestão, inclusive, porque o tema 5G depende do Ministério das Comunicações e do próprio Presidente da República, a quem compete a decisão última na matéria”, relatou no post.
Após a publicação do ministro, parlamentares censuraram a senadora e outros membros do Centrão, acusados de lobby a favor da big tech chinesa Huawey.
Diante do desabafo do chanceler, a senadora emitiu uma nota à imprensa, ainda no domingo (28), na qual afirma que Araújo seria um “marginal”, resumiu “três horas de um encontro institucional a um tuíte que falta com a verdade” e faz coro por sua demissão.
“O Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um ‘marginal’. Alguém que insiste em viver à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições. Alguém que agride gratuitamente e desnecessariamente a Comissão de Relações Exteriores e o Senado Federal”, disse.
“No momento em que há um grande esforço para a pacificação e o entendimento, lamento muito que justamente o responsável por nossa diplomacia venha a criar mais um contencioso político para as instituições. O Brasil e o povo brasileiro não merecem isso”, escreveu o presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira, crítico contumaz da gestão de Araújo.
Integrantes do Centrão “subiram o tom” contra o chanceler e passaram a exigir a sua demissão.
“Ou sai a ala ideológica ou a guerra está declarada”, ameaçou o deputado Fausto Pinato (PP-SP).
A pressão do Congresso é nítida e deve haver um bom motivo para isso. Certamente, o tempo dirá. Jornal da Cidade Online 

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