O cerco contra Monark atingiu o ápice quando, em junho de 2023, após uma entrevista com o deputado Filipe Barros (PL-PR), na qual discutiram as fragilidades do sistema eleitoral, Moraes bloqueou todas as redes sociais do influenciador.
O ministro caracterizou as críticas como ameaças à ordem pública e impôs pesadas multas e proibição a Monark de criar canais nas redes. Mesmo com essas ordens judiciais, o influenciador continuou a se manifestar na internet, o que levou a um quarto bloqueio em agosto de 2023, com congelamento de R$ 300 mil de suas contas.
Com dívidas de multas e temendo a prisão, Monark decidiu se exilar nos Estados Unidos, onde continua a produzir conteúdos. Ele diz que a perseguição judicial do STF, especialmente por Moraes, tornou-se insuportável e que não havia mais como exercer sua profissão de forma segura no Brasil.
Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo estão exilados com perda do passaporte
Em janeiro de 2023, os jornalistas Rodrigo Constantino – colunista da Gazeta do Povo – e Paulo Figueiredo, que já viviam nos Estados Unidos, foram alvos de decisões do ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.
Eles tiveram seus passaportes brasileiros cancelados e suas contas bancárias bloqueadas, além de terem banidos seus canais nas redes sociais, principal instrumento de trabalho de ambos.
Durante boa parte do tempo, Constantino e Figueiredo não tiveram acesso nem sequer ao motivo pelo qual eram alvos do Judiciário brasileiro, já que o processo comandado por Moraes que resultou no banimento de suas contas e no cancelamento de seus passaportes era sigiloso.
Com os vazamentos do Twitter Files Brasil e as reportagens recentes da Folha de S.Paulo sobre o gabinete paralelo de Moraes dentro do Judiciário brasileiro, alguns dos conteúdos que desagradaram ao ministro vieram a público. Em uma conversa vazada, consta um pedido de Moraes para a produção de um relatório contra Constantino, em que o juiz sugere as provas que poderiam ser usadas na peça que, posteriormente, ele próprio julgaria.
Oswaldo Eustáquio já foi para Paraguai e Espanha
Oswaldo Eustáquio, jornalista investigado em diversos inquéritos do STF, fugiu do Brasil em dezembro de 2022 após ter um mandado de prisão expedido pela Corte. Eustáquio já solicitou asilo político na Espanha, onde, segundo as últimas informações divulgadas, estaria até hoje.
Sua primeira prisão ocorreu em 2020 por decisão do STF, no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, que apurava supostos planos para incentivar uma ruptura institucional no Brasil. O ministro Alexandre de Moraes o condenou por “impulsionar o extremismo do discurso de polarização contra o STF e o Congresso Nacional”.
Além da Espanha, Eustáquio já buscou refúgio no Paraguai, onde, segundo o site Metrópoles, foi acolhido em janeiro de 2023 pelo Comitê Nacional para Refugiados do país.
Presos do 8 de janeiro estão exilados na Argentina
Centenas de pessoas que estavam presentes na manifestação do 8 de janeiro de 2023, entre elas algumas que chegaram a ser presas após o evento, já fugiram do Brasil para evitar prisão. Grande parte delas escolheu como destino a Argentina, como mostrou reportagem recente da Gazeta do Povo.
Lá, buscam receber oficialmente asilo político do governo direitista de Javier Milei. Entre eles estão pessoas que enfrentam processo nos inquéritos do STF para apurar os atos de vandalismo, classificados pelo Judiciário brasileiro como uma tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Em setembro de 2024, esses exilados participaram de manifestações na Argentina e relataram à Gazeta do Povo sua situação de dificuldade financeira. Muitos estão acomodados em condições precárias na Argentina.
Boa parte das pessoas perseguidas judicialmente por sua participação nas manifestações do 8 de janeiro nem sequer chegou a depredar itens do patrimônio público. Nenhuma delas estava armada no evento, descrito como “tentativa de golpe” pelo Judiciário brasileiro e por meios de comunicação com viés de esquerda.
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