quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

O que é o 'desafio da rasteira' e por que pânico dos pais pode aumentar risco para crianças


"Pessoal, vou utilizar o grupo agora para uma informação de utilidade pública. Fiquem atentos com as escolas onde seus filhos estudam pois está circulando uma brincadeira aberrante onde já houve crianças com fratura craniana e leva a graves sequelas ou a morte", diz mensagem que se tornou viral, nos últimos dias, em grupos de WhatsApp de famílias e escolas.
Junto com a mensagem vem um (ou mais de um) vídeo mostrando três adolescentes, um ao lado do outro, fazendo o que é apontado como o mais recente "desafio" circulando entre jovens: quando o adolescente do meio dá um salto, os dois das pontas lhe passam uma rasteira, fazendo com que caiam de costas ou de cabeça no chão.

No entanto, como de costume em debates sobre "febres" da internet — como já ocorreu com a "momo" e com o chamado "desafio da baleia azul" —, os compartilhamentos sobre o "desafio da rasteira" misturam fatos (e riscos) reais com uma dose de desinformação e pânico.
A seguir, a BBC News Brasil destrincha o que há de concreto no caso, ouve especialistas sobre como conversar a respeito com os filhos e explica por que o pânico dos pais pode, sem querer, agravar o problema, em vez de mitigá-lo.
O caso do colégio Santo Tomás Aquino
O vídeo que tem acompanhado a mensagem viral no WhatsApp mostra três estudantes falantes de língua espanhola usando uniformes de um colégio chamado Santo Tomás Aquino.
Pelo Twitter, o colégio (localizado no município de Chacao, na Venezuela) postou comunicado da prefeitura local no dia 7 de fevereiro, advertindo que, diante da "situação agressiva de muito risco" a que os alunos estão expostos pela brincadeira, foi acionado o conselho local de proteção infantil.
Segundo a ONG cearense DimiCuida, que monitora "jogos" perigosos que se disseminam online, o vídeo dos alunos do colégio Santo Tomás foi bastante compartilhado em países da América Central no final da semana e começou a circular no Brasil nos últimos dois dias.
A tragédia de Mossoró
Também têm sido frequentes, nas redes sociais, compartilhamentos de alertas sobre o "desafio da rasteira" com prints de uma notícia sobre a morte de uma adolescente em Mossoró (RN).
Embora a notícia esteja sendo compartilhada como se fosse atual, trata-se de um caso trágico ocorrido em novembro de 2019.
O diretor da escola municipal Antonio Fagundes, José Altemar da Silva, explica à BBC News Brasil que a adolescente Emanuela, de 16 anos, estudante do 9º ano do ensino fundamental, participava de outro tipo de jogo ou desafio, que consistia em ser "girada" como uma "roleta humana", nos braços entrelaçados de dois amigos, e tentar cair de pé.
A jovem, porém, caiu de cabeça no chão. "Socorri, levei ela para o hospital com a mãe, e a tomografia mostrou que ela teve um traumatismo craniano com sangramento", explica Silva. "Ao sair da tomografia, ela desmaiou e teve uma parada cardíaca. Foi reanimada e passou por uma cirurgia. Ainda teve mais quatro dias viva. Mas sofreu outra hemorragia."
Emanuela, que Silva descreve como "uma menina muito doce, muito educada", morreu em 11 de novembro do ano passado, gerando uma grande comoção na escola e um sinal de alerta para os educadores.
"Eles (adolescentes) não tinham noção do perigo. Depois disso, eu soube que essa brincadeira de girar estavam ocorrendo em outras escolas da cidade, sem a gente ter conhecimento. Foi um choque muito grande", prossegue o diretor.
A escola ficou três dias fechada, em luto, e os alunos passaram a ter acompanhamento psicológico, sobretudo os que estavam envolvidos no episódio, conta Silva. "Quando eles voltaram para as aulas, eles choravam muito. (...) Foi uma surpresa muito grande, uma grande infelicidade, em uma escola onde nunca havia acontecido nada assim, e onde todas as crianças são do mesmo bairro."
A assistente social Sonia Feitosa, que prestou assistência aos alunos e às famílias, diz que o episódio foi um momento de "muita dor e muita solidariedade", principalmente para as colegas de sala de Emanuela. "Eles não pensavam que poderia acontecer algo grave", conta.
'Eles não pensavam que poderia acontecer algo grave', conta assistente sobre o comportamento dos adolescentes; acima, foto de arquivo de adolescentes usando celular

'Eles não pensavam que poderia acontecer algo grave', conta assistente sobre o comportamento dos adolescentes; acima, foto de arquivo de adolescentes usando celular

BBC NEWS BRASIL
 Feitosa se emociona ao lembrar da família da adolescente. "Ela era estudiosa, fazia muitos planos para sua vida profissional. A mãe nos contou que ela tinha acabado de fazer aniversário, e eles iam fazer uma festinha para ela."
Cada professor da rede municipal de Mossoró foi instruído, depois da tragédia, a conversar com os alunos sobre brincadeiras do tipo, conta a assistente.

O perigo dos desafios na internet
O caso de Mossoró, embora não se trate especificamente do chamado "desafio da rasteira", evidencia os perigos de comportamentos nocivos que ganham palco e audiência na internet.
Em 2018, por exemplo, a BBC News Brasil reportou o caso de uma menina de sete anos de São Bernardo do Campo (SP) que morreu depois de inalar desodorante aerosol, copiando o que havia visto em um vídeo na internet.
A própria ONG DimiCuida, de Fortaleza, foi criada em homenagem a um jovem de 16 anos que morreu praticando o "jogo do desmaio". E, assim como estes, há também vídeos online com desafios da canela, da camisinha, da buzina etc.
A pesquisa TIC Kids Online, que ouviu, entre outubro de 2018 e março de 2019, 3 mil famílias brasileiras com filhos entre 9 e 17 anos a respeito de seus hábitos na internet, apontou que 16% das crianças entrevistadas disseram ter visto online formas de machucar a si mesmas; e 14% tiveram contato com conteúdo que mostrava como cometer suicídio.
Quase a metade viu alguém ser discriminado na internet nos 12 meses anteriores ao estudo.
Um agravante é que, na adolescência, ainda não foi plenamente desenvolvido o córtex pré-frontal, área do cérebro responsável por controlar a impulsividade e a avaliação de riscos de nossas ações. Ou seja, adolescentes são, fisiologicamente, mais suscetíveis a situações de risco.
Por que pais não devem compartilhar os vídeos desses desafios
Ao contrário do que tem acontecido, especialista não recomenda que se compartilhe vídeo de crianças fazendo desafios online

Ao contrário do que tem acontecido, especialista não recomenda que se compartilhe vídeo de crianças fazendo desafios online

BBC NEWS BRASIL
No entanto, embora o perigo de tais desafios seja real, ele acaba sendo potencializado — em vez de mitigado — pelo compartilhamento excessivo dos vídeos na internet, às vezes pelos próprios pais no afã de alertar os demais.
"(Compartilhar vídeos do tipo) é o oposto do processo educativo", diz à BBC News Brasil Fabiana Vasconcelos, psicóloga da DimiCuida.
A ONG explica que "disseminar vídeos sem conteúdo educativo (em torno do desafio) gera pânico e mais disseminação, não havendo então nenhum efeito de interrupção da prática; pelo contrário, esses vídeos chegam também aos adolescentes, que curiosamente podem tentar o desafio."
"Os pais estão disseminando imagens de crianças e adolescentes, o que é proibido por lei", prossegue Vasconcelos — e o Artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente prevê, entre outras proteções, a "preservação da imagem" de menores de idade.
"É preciso pensar: 'será que eu gostaria de receber um vídeo do meu filho fazendo um desafio, que pode ser que nunca saia da internet e pode surtir efeito na vida dele mais tarde?'"
Vasconcelos defende que as famílias pensem na educação digital como algo que seja parte de sua rotina na conversa com os adolescentes, em vez de lidar com o tema apenas em momentos de pânico.
"Primeiro, é importante analisar: como está o meu diálogo com meu filho e o quanto eu conheço sobre o uso que ele faz da internet?", sugere.
A partir daí, ela indica que pais perguntem se os filhos têm visto comportamento de risco sendo compartilhado na internet ou em seus ambientes sociais. "Você tem visto alguma brincadeira perigosa? Eu ouvi falar de uma delas. Você viu algo a respeito?"
Depois, a orientação é discutir o tema sem julgamento, mas refletindo junto com as crianças "será que vale a pena correr esse tipo de risco proposto pelos desafios?" e deixando mais palpáveis os riscos, que, para muitos jovens, ainda soam como algo abstrato.
Mas isso tem que ser um processo constante, defende Vasconcelos. "Não pode ser apenas nesses momentos de pânico, duas vezes ao ano. É algo que temos de integrar à nossa cultura. É um novo desafio, mas não podemos nos ausentar dele."

Bolsonaro convida general para substituir Onyx na Casa Civil



O presidente Jair Bolsonaro decidiu fazer trocas em seu ministério nesta quarta-feira (12): o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deverá ser deslocado para a pasta da Cidadania no lugar de Osmar Terra, que deixará a Esplanada. Para a cadeira de Onyx, foi convidado o general Walter Souza Braga Netto, que comandou a intervenção militar no Rio de Janeiro em 2018. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.


Oficialmente, o Palácio do Planalto não confirma as mudanças no ministério.
Na semana passada, Bolsonaro trocou Gustavo Canuto por Rogério Marinho no Ministério do Desenvolvimento Regional.

Perfil

Braga Netto, que atualmente é o chefe de Estado-Maior do Exército, formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1978 e possui mais de 20 condecorações nacionais e internacionais em mais de quatro décadas de serviço militar.
Ele foi responsável pelo Comando Militar do Leste, um dos oito agrupamentos existentes por área geográfica do país. Nessa função, coordenava as atividades administrativas e logísticas do Exército em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e 24% do efetivo da força terrestre do Exército Brasileiro.
Ele esteve à frente também da assessoria especial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em 2016, e das ações em favelas cariocas como a Rocinha, em 2017.
Em fevereiro de 2018, foi nomeado como interventor federal pelo então presidente Michel Temer (MDB) no Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que um militar acumulou um título civil desde a promulgação da Constituição de 1988. O Estado ficou quase 11 meses sob o comando das forças armadas. A ação custou R$ 72 milhões aos cofres da União. JP

Moro: Prisão em 2ª instância não deve impactar significativamente na população carcerária



Em sua participação como convidado na Comissão Especial da Câmara sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 199, que permite a prisão após a decisão em segunda instância, o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro disse não acreditar que a mudança no entendimento sobre o trânsito em julgado acarretará em um aumento da população carcerária no país. 


“Não acho que a mudança vai levar a um incremento no número total de presos. Acho que vai diminuir a impunidade e gerar um resultado mais rápido para a justiça nesses casos específicos, e diminuir a desigualdade na aplicação da lei”, disse. 
O ministro vê a possibilidade da apresentação de muitos recursos como um “facilitador da impunidade” e um “estímulo à criminalidade”.  “Você tem uma loteria no nosso sistema. Se você tiver condições de contratar advogados hábeis para eternizar demandas – e isso acontece com criminosos poderosos – você consegue permanecer impune. Isso não é o sistema processual reclamado pela Constituição de 1988, de lei, liberdade, igualdade para todos. 
Indicadores de segurança
O ex-juiz levou à reunião alguns indicadores criminais relativos a 2018 e 2019, e classificou os números como “muito ruins”. 
“Chegamos ao recorde de 60 mil assassinatos em 2016. Temos visto uma queda nos indicadores em 2018 e 2019, caiu mais expressivamente em 2019. O crime tem que ser enfrentado de diversas maneiras, investimento na polícia, em tecnologia, questões relacionadas à questão social e à educação. A impunidade é um fator de estímulo da criminalidade, e isso é conhecido desde sempre”, afirmou. “Temos a responsabilidade de aprimorar, diminuir a impunidade, e só assim vamos diminuir mais ainda esses indicadores”, completou. 
Aplicação da lei 
Em relação à aplicação da nova lei, Moro defende que ela se aplique a todos os casos, novos ou em curso, independente da fase que se encontram, mas reitera que essa é uma decisão do Congresso Nacional. 
“Já que estamos querendo, no caso criminal, diminuir impunidade e garantir justiça igual nos casos concretos , ao meu ver deveria valer para todo mundo a partir da aprovação. Mas isso é um cálculo que deve ser feito pelo parlamento, sobre essa situação específica.” JP

Brisanet lidera no ranking "Minha Conexão" em 3 estados e outras cidades nordestinas



A Brisanet vem acumulando cada vez mais reconhecimento e desta vez, a empresa teve grande destaque no famoso ranking do site Minha Conexão. O portal pesquisou milhares de provedores do país com o objetivo de eleger a Melhor Velocidade de Internet Banda Larga, Maior Satisfação e Melhor Provedor por cidade e estado.

De acordo com as avaliações, cada usuário do Minha Conexão poderia dar uma nota de satisfação de 0 a 5 após o teste de velocidade de sua respectiva internet. O site contabilizou mais de 20 milhões de testes de velocidade e recebeu cerca de 211 mil opiniões de usuários para eleger os melhores provedores de internet fixa.

 Em 2020 a Brisanet venceu nas 3 categorias do prêmio nos estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Além disso, nossa empresa também venceu em pelo menos uma das categorias em várias cidades nordestinas.

Os diretores Brisanet: Jordão Estevam, José Roberto Nogueira e João Paulo Estevam, felicitam colaboradores e clientes pelos sucessivos prêmios anualmente conquistados.


O ranking utiliza em sua análise algoritmos para filtrar e eliminar possíveis fraudes. Algumas cidades não entraram na avaliação por não terem a quantidade mínima de testes ou não apresentarem dados consistentes. Você pode conferir o resultado de cada cidade e estado aqui: https://melhorplano.net/premio/melhor-internet-banda-larga-2020

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