sábado, 2 de maio de 2020

Mundo: Laboratório para o macabro experimento socialista chinês


Está em fase de implementação integral na China o sistema de “crédito social”. Embora esteja sendo colocado em prática desde 2014, a ideia é integralizar o sistema ainda em 2020.
Mas que significa esse sistema?
O sistema de “crédito social” pretende estabelecer avaliações dos cidadãos. Assim, indivíduos com pontuação baixa são punidos, enquanto aqueles com boas pontuações são recompensados. O sistema se assemelha a um Big Brother de proporções gigantescas, que permitirá ao governo chinês ter controle quase total de sua população.
Esse controle ocorrerá principalmente em virtude do monitoramento das redes sociais dos indivíduos e pelo reconhecimento facial obtido das milhões de câmeras instaladas por toda a China, as quais permitem um impressionante, e perturbador, reconhecimento facial dos indivíduos que circulam pelas cidades do país (pelo momento apenas por lugares públicos).
Os sistemas de reconhecimento facial (desenvolvidos e administrados especialmente pela empresa Hanwang Technology) mantêm os cidadãos continuamente vigiados.
Curiosamente, como se soubesse do que estava porvir, a Hanwang inclusive havia aperfeiçoado o sistema para que o reconhecimento facial pudesse ocorrer mesmo com o uso das máscaras que visam impedir a propagação do coronavírus.
Nesse momento ela avançou ainda mais nesse projeto (mantendo um percentual de sucesso de 95% - ele era de 50% quando envolvia uso de máscara).
Com efeito, o governo chinês sequer esconde seu propósito: ele pretende “recompensar os confiáveis e disciplinar os indignos de confiança”.
Mas quem são, por exemplo, os “indignos de confiança”?
Aqui temos principalmente aqueles que protestam contra a autoridade do partido comunista chinês e de seu líder vitalício, Xi Jinping.
Todo aquele que manifesta posturas contrárias ao governo (ao partido) é considerado “indigno de confiança”. Estando nessa categoria ele não pode matricular os filhos em uma boa escola, não pode viajar, não tem acesso a certos serviços sociais, não é elegível para cargo público e deverá sofrer retaliação pública (sendo inclusive exposto nas redes sociais e em redes de televisão como “indigno”), etc.
Em suma, o sujeito considerado “indigno” se tornará um pária. Aliás, mesmo aquele que mantiver contato com um “indigno”, um pária, também receberá pontos negativos.
Ou seja, aquele que se solidarizar com um “indigno” se tornará muito provavelmente outro “indigno”.
Para que se tenha uma ideia da “eficiência” desse sistema, o qual até o momento só funciona em algumas localidades da China, 23 milhões de chineses já foram impedidos de viajar nos últimos anos. Por serem “indignos”, não podem comprar nem passagens aéreas nem passagens de trem.
Ou seja, estão fadados ao isolamento. Sem falar nas demais punições aplicadas implacavelmente a “indignos”.
Parece algo surreal, retirado de algum episódio da série distópica ‘Black Mirror’. Mas não é mera ficção: é a distopia em que a população chinesa vive.
O que para nós costumava ser distopia científica é a realidade para quase um bilhão e meio de indivíduos.
Mundos como os descritos por George Orwell (“1984”) e Aldous Huxley (“Admirável Mundo Novo”) estão se materializando na China. Mas não apenas na China.
Atualmente mesmo no Brasil testemunhamos a gradual materialização desses mundos sinistros.
Dessa maneira, mais aterrador do que a realidade chinesa é percebermos que democracias ocidentais, como a nossa, se curvam perante um sistema que escraviza sua população.
Aliás, desde o século XX, com a ascensão do comunismo na China, sua população passou a ser subjugada barbaramente pelo partido comunista chinês.
Fundado em 1921, ele comanda brutalmente a China desde 1949.
Um de seus líderes mais conhecidos foi Mao Tsé Tung, responsável, dentre outras atrocidades, pelo “holodomor” chinês, um projeto de políticas públicas nomeado de “o grande salto adiante”, que entre 1958 e 1962 causou a morte de ao menos 45 milhões de pessoas. Todas morreram de fome.
Hoje há estudos relatando o ocorrido, também chamado (mais apropriadamente) de “a grande fome de Mao”. Além de todo o sofrimento, são vários os relatos de canibalismo nesse período.
Portanto, a população chinesa está tragicamente habituada ao sofrimento e à subjugação. Para as atuais gerações da China, princípios como aqueles concernentes à liberdade são provavelmente desconhecidos.
Os poucos que têm contato com que é viver em uma democracia migram clandestinamente. Ou seja: fogem (assim como o desejam fazer todos aqueles que vivem em regimes socialistas).
Dessa forma, parece-me difícil que na China surjam vozes que se oponham ao regime comunista.
Afinal, ou o indivíduo se torna um “indigno” ou ele simplesmente “desaparece”.
E a China não faz distinção de classe quando se trata de violar liberdades. Mesmo o bilionário Ren Zhiqiang, que havia supostamente “desaparecido”, agora, sabe-se, está preso. Qual seu crime? Criticou a maneira como o líder supremo vitalício da China, Xi Jinping, estava lidando com a pandemia do coronavírus.
A história também nos oferece um exemplo do que ocorre na China em caso de manifestações públicas.
Em 1989 tivemos o massacre da praça da paz celestial. O assunto é tabu na China (e pouco se fala dele no ocidente, sobretudo agora que o ocidente tem se curvado perante o regime chinês). Mas milhares (estimativas variam) de chineses (especialmente estudantes) foram, naquela ocasião, brutalmente mortos pelo governo chinês por pedirem mais abertura política, liberdade e menos corrupção. Foram atropelados por tanques, atingidos por armas .....
Nós, que vivemos em democracias com algum grau de liberdade, por outro lado, não estamos acostumados com um governo que viola de forma tão escancarada liberdades individuais. Mas a questão é: não será possível que a China esteja espraiando seu modelo de violações das liberdades individuais para o ocidente?
Nos últimos meses, dado o pânico em torno do COVID-19, do “vírus chinês”, estamos começando a ter uma amostra do que é viver em um país socialista.
Estamos tendo nossas liberdades individuais violadas arbitrariamente (liberdade de ir e vir, liberdade de expressão, liberdade econômica, etc), estamos sendo monitorados em nossos estados (as principais operadoras de telefonia móvel estão disponibilizando sua infraestrutura para que as autoridades públicas saibam onde estamos nos aglomerando) e estamos diante de um crescimento exponencial da miséria em virtude do isolamento social que nos foi imposto, o qual causou o estancamento da atividade econômica e, consequentemente, da geração de riqueza (a Organização Mundial do Trabalho - OMT – estima que em breve teremos, no Brasil, 25 milhões de desempregados).
Por certo nossos governos ainda não estão aparelhados com a tecnologia que hoje a China possui para controlar seus cidadãos. Mas não estaremos adentrando o “admirável mundo novo” chinês? Sob o pretexto de “cuidar da saúde” não estamos aceitando que nos subjuguem?
Toda a ‘histeria em massa’ em torno dessa pandemia não será uma maneira de nos tornar suscetíveis a um Big Brother? Os acontecimentos dos últimos meses são, no mínimo, preocupantes.
Nesse momento estamos vendo com certa “naturalidade” pessoas serem presas por estarem caminhando em locais públicos, sendo impedidas de assegurarem seu sustento mediante o trabalho, perdendo sua propriedade privada para que à mesma seja dado um “fim social” (por enquanto no Piauí), sendo obrigadas (até o momento em algumas cidades) a usarem máscaras mesmo em locais abertos, tendo sua liberdade religiosa violada (impedidas, em alguns lugares, mesmo de se reunirem em casa para rezar), bem como sendo impedidas de usarem sua liberdade de expressão – sob o risco de serem acusadas, por exemplo, de racismo caso teçam comentários críticos mesmo à ... China! Isso mesmo.
Até nosso Ministro da Educação está sendo cerceado judicialmente por sugerir que a China poderá se beneficiar da crise causada pelo COVID-19. Pesa sobre ele a acusação de “racismo”.
Mas o fato é que direitos fundamentais, ainda assegurados ao menos no texto da Constituição, estão sendo simplesmente ignorados por prefeitos, governadores e juízes.
Decisões que violam esses direitos nos estão sendo despoticamente impostas.
Ao nosso lado temos, até esse ponto, o governo federal, o qual também está tendo suas prerrogativas violadas em virtude de uma indevida interferência dos demais poderes, sobretudo do judiciário, sobre o executivo.
Temos, nesse momento, então, uma violação de direitos individuais, de liberdades asseguradas constitucionalmente, bem como da clássica separação dos poderes (executivo, legislativo e judiciário), de tal forma que distopias como as já citadas, parte da imaginação de escritores talentosos, estão saindo da imaginação e se tornando realidade.
Penso que estamos, sim, começando a viver em um “admirável mundo novo”, um mundo sem liberdade no qual as pessoas vivem miseravelmente sob a constante vigilância de uma autoridade tirânica.
Ao menos nesse momento essa é a nossa realidade.
Assim, creio que o mais letal “vírus chinês” talvez não seja o COVID-19, mas aquele oriundo do “Pensamento de Xi Jimping sobre o socialismo com características chinesas para uma nova era”, do qual destaco o 13º princípio (são 14), a saber:
“Estabelecer um destino comum entre o povo chinês e outros povos do mundo com um ‘ambiente internacional pacífico’".
Estamos, nesse momento, pois, começando a viver nesse “ambiente internacional pacífico”. E por “pacífico”, aqui, entenda-se a submissão irrestrita ao "socialismo ao estilo chinês". “Pacífico” é apenas uma maneira enganadora, ardilosa, de se referir à “submissão”.
Dessa forma, parece-me que já estamos tendo uma amostra do que é ter um “destino comum” com o povo chinês.
A questão que resta é: até que ponto nosso destino será comum? Quanto falta para sermos categorizados ou de “confiáveis” ou de “indignos de confiança”? Quanto falta para a total submissão e negação de nossa individualidade e dignidade?
Carlos Adriano Ferraz. Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com estágio doutoral na State University of New York (SUNY). Foi Professor Visitante na Universidade Harvard (2010). Atualmente é professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Filosofia, no qual orienta dissertações e teses com foco em ética, filosofia política e filosofia do direito. Também é membro do movimento Docentes pela Liberdade (DPL), sendo atualmente Diretor do DPL/RS.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Principal oposição a Bolsonaro está no Supremo e não no Congresso


Jair Bolsonaro coleciona uma sequência de derrotas sem precedentes no Supremo Tribunal Federal (STF), em relação aos antecessores. Ministros mal disfarçam a antipatia pelo presidente e acabam usados por partidos de oposição como instrumento para impor derrotas, anulando decretos, medidas provisórias, nomeações, projetos, campanhas etc. Julgando contra o governo, ministros como o decano Celso de Mello, Alexandre de Moraes e Luís Barroso têm lembrado a Bolsonaro que a vitória nas urnas não garante o livre exercício das suas competências constitucionais. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Apesar da origem tucana, Moraes não fica no muro: são cinco decisões contra o governo em 35 dias. Incluindo a “desnomeação” na PF.
O STF barrou ato que devolvia a Funai ao Ministério da Agricultura. E por unanimidade impediu que Bolsonaro definisse políticas de isolamento.
O STF impôs derrota a Bolsonaro e anulou MP que extinguia indecoroso DPVAT, além de impedir a extinção das sinecuras de conselhos federais.
Por unanimidade, o STF barrou mudar a lei de Acesso à Informação para aliviar a punição a quem não respondesse pedidos durante a pandemia. Por Cláudio Humberto

Mundo já tem mais de 1 milhão de pessoas curadas da covid-19


O mundo já tem mais de 1 milhão de pessoas que se curaram da covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus. O balanço foi feito pela universidade dos EUA Johns Hopkins.

Este número pode ser ainda maior, já que o estudo leva em conta apenas os casos da doença confirmados oficialmente, deixando de fora os assintomáticos ou não-testados.
Ao redor do planeta, mais de 3,2 milhões de pessoas tiveram a doença, com 233 mil mortes por complicações da Covid-19.
Os EUA são o país com maior número de recuperados, com quase 154 mil. O Brasil é o nono país entre os curados, somando 35,9 mil pessoas. JP

Governo começa a pagar benefício a trabalhador com salário reduzido


O governo federal começa a depositar neste mês os pagamentos para trabalhadores formais que aderiram a acordos para suspensão de contratos ou redução de jornadas e salários. Segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, ligada ao Ministério da Economia, os primeiros benefícios seriam depositados nesta sexta-feira (1º).
Os acordos começaram a ser firmados no dia 1º de abril, data da publicação da Medida Provisória nº 936 pelo presidente Jair Bolsonaro, que autorizou essas regras trabalhistas de forma expecional para o enfrentamento da crise econômica trazida pela pandemia de covid-19. 

A expectativa do governo federal era de que até 5 milhões de trabalhadores estivessem dentro desses acordos até a noite desta quinta-feira (30). O custo total estimado do programa é de R$ 51 bilhões.

A MP prevê que o pagamento ocorre 30 dias após o acordo, caso ele tenha sido comunicado ao Ministério da Economia no prazo de até 10 dias após ele ser fechado entre patrão e empregado. Caso contrário, o benefício somente será pago ao trabalhador 30 dias após a data da informação.
Para o trabalhador receber o benefício, a conta corrente ou poupança precisa estar em seu nome, não no de terceiros. O Ministério da Economia previu abrir contas digitais para trabalhadores que não tenham uma conta.
Segundo a MP, as reduções de salários e jornadas valem por até 90 dias e podem ser de 25%, 50% e 70%. O governo paga o mesmo percentual do corte (25%, 50% ou 70%) calculado sobre o valor do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito se fosse demitido. Não se trata de uma antecipação, ou seja, se algum dia o trabalhador for demitido da empresa sem justa causa, terá direito ao seguro-desemprego normalmente.
Na suspensão de contrato, de até 60 dias, o governo paga 70% do seguro, em caso de empregados de grandes companhias, ou 100%, em caso de trabalhadores de pequenas e médias empresas.

Consulta

O Ministério da Economia liberou um site no qual o trabalhador poderá acompanhar o pagamento do benefício: servicos.mte.gov.br

STF

A medida provisória foi prontamente questionada na Justiça pelo partido Rede Sustentabilidade, que apontou no STF (Supremo Tribunal Federal) a suposta inconstitucionalidade da possibilidade de reduzir salários sem que haja um acordo coletivo com a participação de um sindicato.
O partido obteve uma liminar favorável do ministro Ricardo Lewandowski. No julgamento do tema, porém, os ministros mantiveram por 7x3 a possibilidade de que os acordos entre patrões e empregados sejam firmados sem a necessidade da intermediação de um sindicato. R7

quarta-feira, 29 de abril de 2020

51,9% dos brasileiros são contra o impeachment de Jair Bolsonaro


A maioria dos brasileiros (51,9%) é contra um impeachment do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com levantamento Paraná Pesquisas, os favoráveis ao afastamento representam 42,9% dos entrevistados e 5,2% não souberam ou não quiseram opinar.
Nem mesmo no Nordeste, conhecido reduto de governos opositores, houve maioria de pessoas a favor de um impeachment.
Questionados sobre se o ex-presidente Lula, condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por corrupção, lavagem de dinheiro e enquadrado na Lei da Ficha Limpa, deveria ter o direito de se candidatar nas próximas eleições, 56% responderam que o petista não deve ter esse direito. Apenas 40,3% responderam que Lula deve ser candidato e 3,7% não souberam ou não quiseram responder.
O Paraná Pesquisas também questionou qual foi o melhor presidente do Brasil desde a redemocratização. Nenhum aparece na liderança com 36,1% das respostas, seguido por Lula (29,5%), Fernando Henrique Cardoso (16%), Michel Temer (5%), Itamar Franco (3,4%), Dilma Rousseff (2,4%), Fernando Collor de Mello (1,6%) e José Sarney (1,5%). Não souberam responder 4,3% dos entrevistados.
O levantamento ouviu 2.122 habitantes em 198 municípios de 26 Estados e Distrito Federal entre os dias 24 e 27 de abril. O grau de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é de 2% para mais ou menos. Veja pesquisa no Diário do Poder

Mandetta previa sistema de saúde ‘colapsado’ até fim de abril, mas errou


Em sua coletiva de imprensa de 20 de março, o ex-ministro da Saúde Luiz Mandetta conquistou as manchetes dos veículos de comunicação do Brasil (e alguns do exterior) prevendo que “em final de abril nosso sistema [de saúde] entra em colapso”, garantiu o ex-deputado federal. Segundo o boletim do Ministério da Saúde desta terça-feira (28), o Brasil ultrapassou ontem a marca de 5 mil óbitos em 71 mil casos. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Mandetta previu aumento rápido de casos em março, e que só haveria desaceleração em junho e redução em agosto.
Segundo dados da Saúde, óbitos e casos confirmados do coronavírus cresceram até a 17ª semana epidemiológica. Na 18ª, caíram.
São Paulo, Rio, Recife, Fortaleza e Manaus são as que “mais chamam atenção”, diz Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde. Por Cláudio Humberto

Federação de Policiais Federais elogia Ramagem e desmente ‘interferência’


O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, elogiou a escolha de Alexandre Ramagem para a direção-geral da PF, que a entidade considera “perfeitamente qualificado para o cargo e tem o respeito da categoria”, e demoliu a fantasia de muitos políticos e jornalistas hostis ao governo: “até agora, não houve interferências nas investigações em andamento”, garante. Porque seria crime, sem chance de não ser levado a termo, denunciado à Justiça. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Boudens lembrou que nomear diretor da PF é prerrogativa do presidente e lei não fala em “mandato” e nem o obriga a explicar essa escolha.
Para Boudens, se havia “interferência”, o então ministro Sergio Moro tinha o dever de denunciar no ato, sob pena de crime de prevaricação.
A Fenapef lamentou que várias críticas a Ramagem sejam de setores meramente corporativistas que desprezam os interesses nacionais.
A Fenapef tem histórico de divergências com a entidade dos delegados, cujas questões corporativistas são motivo de críticas dos agentes. Por Cláudio Humberto

terça-feira, 28 de abril de 2020

Mourão critica forma de como Moro saiu e diz que ‘centrão’ pode garantir estabilidade


Três dias depois da crise instalada no governo com a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse nesta segunda-feira (27) que o episódio não se deu de forma apropriada.
“Dentro da minha cultura, a forma como o ex-ministro Moro saiu não é a mais apropriada. Ele poderia simplesmente ter solicitado sua demissão. Só isso já seria um problema para o governo pelas próprias características do Sergio Moro e tudo o que ele representa para o país. Vida que segue agora”, disse Mourão em uma videoconferência com a consultoria política Arko Advice.
Ao anunciar sua demissão do governo federal na sexta-feira (24), Moro apontou fraude no Diário Oficial da União no ato de demissão de Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal e criticou a insistência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a troca do comando do órgão, sem apresentar causas que fossem aceitáveis.
Moro afirmou que Bolsonaro queria ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência da PF. “Não tenho condições de persistir aqui, sem condições de trabalho.” E disse que “sempre estará à disposição do país”.
Na videoconferência, Mourão afirmou que Moro teve “um papel importantíssimo na vida nacional” ao longo da Operação.
“Por sua resiliência, por sua seriedade, ganhou papel importante na mitologia nacional, na mitologia temporária que se vive no Brasil”, disse o vice-presidente.
“Fez um bom trabalho no Ministério da Justiça. Como todo e qualquer relacionamento entre um chefe e seu subordinado, aconteceram algumas rusgas”, afirmou Mourão.
Indagado sobre a aproximação de Bolsonaro com partidos do chamado centrão -como Republicanos, PP e PL-, conhecido por trocar apoio no Congresso por recursos e cargos, Mourão afirmou que trata-se de uma busca por estabilidade.
O vice-presidente disse que, no começo do governo, havia um entendimento de que seria possível governar com base no pragmatismo e nas ideias reformistas da agenda de Bolsonaro.
“Num primeiro momento, esta concertação funcionou”, disse Mourão. “A partir do final do ano passado e começo do ano [2020], obrigou o presidente a buscar nova forma de diálogo com o Congresso, com aproximação mais cerrada junto aos partidos, de modo que construa uma base que lhe dê certa estabilidade”, afirmou o vice-presidente. Por Cláudio Humberto

Bolsonaro nomeia André Mendonça para a Justiça e Ramagem para a PF


André Luiz de Almeida Mendonça e Alexandre Ramagem Rodrigues são nomeados ministro da Justiça e Segurança Pública e diretor-geral da Polícia Federal (PF), respectivamente. Os decretos assinados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, estão publicados no Diário Oficial da União desta terça-feira (28). André Mendonça passa a ocupar o comando do ministério com a saída de Sergio Moro e Alexandre Ramagem a chefia da PF no lugar de Maurício Valeixo.

André Mendonça, de 46 anos, é natural de Santos, em São Paulo, advogado, formado pela faculdade de direito de Bauru (SP). Ele também é doutor em estado de direito e governança global e mestre em estratégias anticorrupção e políticas de integridade pela Universidade de Salamanca, na Espanha; é pós-graduado em direito público pela Universidade de Brasília.

É advogado da União desde 2000, tendo exercido, na instituição, os cargos de corregedor-geral da Advocacia da União e de diretor de Patrimônio e Probidade, dentre outros. Recentemente, na Controladoria-Geral da União (CGU), como assessor especial do ministro, coordenou equipes de negociação de acordos de leniência celebrados pela União e empresas privadas.
Solenidade de posse do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem
Alexandre Ramagem é noemado diretor-geral da Polícia Federal - Valter Campanato/Agência Brasil
Alexandre Ramagem, que exercia o cargo de diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), é graduado em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ingressou na Polícia Federal (PF) em 2005 e atualmente é delegado de classe especial. Sua primeira lotação foi na Superintendência Regional da PF no estado de Roraima.

Em 2007, ele foi nomeado delegado regional de Combate ao Crime Organizado. Ramagem foi transferido, em 2011, para a sede do PF em Brasília, com a missão de criar e chefiar Unidade de Repressão a Crimes contra a Pessoa. Em 2013, assumiu a chefia da Divisão de Administração de Recursos Humanos e, a partir de 2016, passou a chefiar a Divisão de Estudos, Legislações e Pareceres da PFl.
Em 2017, tendo em conta a evolução dos trabalhos da operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, Ramagem foi convidado a integrar a equipe de policiais federais responsável pela investigação e Inteligência de polícia judiciária no âmbito dessa operação. A partir das atividades desenvolvidas, passou a coordenar o trabalho da PF junto ao Tribunal Regional Federal da 2ª Regional, com sede no Rio de Janeiro.
Em 2018, assumiu a Coordenação de Recursos Humanos da Polícia Federal, na condição de substituto do diretor de Gestão de Pessoal. Em razão de seus conhecimentos operacionais nas áreas de segurança e Inteligência, assumiu, ainda em 2018, a Coordenação de Segurança do então candidato e atual presidente da República, Jair Bolsonaro. Agência Brasil

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Governo do Amazonas superfatura equipamentos em 300%, acusam deputados


Treze dos 24 deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas assinaram carta aberta à população e ao governo federal, por meio de três ministérios (Saúde, Defesa e Justiça) renovando a necessidade da intervenção federal na Saúde do Estado.
A carta aberta reforça que “há claros indícios de malversação do erário com a compra de equipamentos inadequados por valores 300% acima do mercado” sem justificativa.
A Assembléia já havia aprovado o pedido de intervenção federal na área de saúde, mas é necessário que o governo estadual concorde com isso. O presidente Jair Bolsonaro ofereceu a opção de intervenção, mas o governador Wilson Lima recusou.
Entre as recomendações estão a fiscalização das ações do governo do Amazonas no combate a pandemia e auditoria nos contratos e recursos aplicados.
“O que nos deixa com o sentimento de dever cumprido é que os motivos citados na manifestação dessas instituições são exatamente os mesmos apresentados no nosso pedido de intervenção federal aprovado pela Assembleia Legislativa do Amazonas e entregue ao presidente Jair Bolsonaro”, afirmam os deputados.
Apenas dez não assinaram o documento: além de Roberto Cidade, cujas  empresas têm contratos de quase R$28 milhões com o governo do Amazonas, omitiram-se os deputados Alessandra Campelo, Joana Darc, Roberto Cidade, Cabo Maciel, Augusto Ferraz, Álvaro Campelo, Carlinhos Bessa, Dr. Gomes e Saulo Vianna Therezinha Ruiz.
Oa treze parlamentares reforçaram recomendações dos Ministérios Públicos Federal (MPF), do Trabalho (MPT) e do Amazonas (MP-AM) feitas ao governo federal sobre fiscalizar as ações de atendimento à população acometida pelo novo coronavírus (Covid-19). Por Cláudio Humberto

Bolsonaro exonera menos, mas suas demissões fazem mais barulho


As demissões de ministros do governo Bolsonaro têm ganhado enorme repercussão, com exceção de Sérgio Moro, por serem incomuns. São 8 saídas em 16 meses ao contrário do que ocorreu com Temer e Dilma, que demitiram nove no primeiro ano de mandato, e Lula que atingiu o mesmo número de Bolsonaro em apenas 12 meses. No geral, Dilma é imbatível com 86 demissões de 2011 a 2016. Verdadeiro recorde. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Se contar Onyx Lorenzoni, que trocou a Casa Civil pela Cidadania, Bolsonaro tem nove demissões no total. Ainda assim, é o mais paciente.
No caso de Bolsonaro, ao contrário dos antecessores que demitiam os ministros enrolados em escândalos, as trapalhadas surgem no Planalto.
Ao final de oito anos, Lula nomeou quase uma centena de ministros ou cargos com status de ministério. Apenas três ficaram do início ao fim. Por Cláudio Humberto

Tiroteio de Moro contra Bolsonaro só começou


O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro saiu do governo para começar uma guerra contra o presidente Jair Bolsonaro, a quem pretende enfrentar nas urnas em 2022, segundo ex-auxiliares e ex-colegas de ministério. Na sexta (24), o ex-juiz da Lava Jato prometeu novos “rounds” ao afirmar que “em outra ocasião” se colocará à disposição dos holofotes para contar detalhes das divergências com o seu ex-chefe e novo inimigo. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Moro vazou sem demora, ainda na sexta, gravações e mensagens de Bolsonaro. Ele sabe que vazamentos de mensagens doem muito.
Sergio Moro insinua seu projeto político ao afirmar que é caminho “sem volta” deixar a magistratura e que está pronto a “ajudar o Brasil”. 

Bolsonaro se indignou particularmente quando Moro fez um aceno ao PT citando seus governos como exemplares na relação com a PF.
A dúvida é se Sérgio Moro terá fôlego para conduzir seu projeto presidencial até outubro de 2022.
Por Cláudio Humberto

domingo, 26 de abril de 2020

Lula trocou diretor da PF para ter acesso a operações, mas não foi acusado de ‘interferência’


A gravidade apontada pelo ex-ministro Sérgio Moro e políticos de oposição às supostas tentativas de “interferência” do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal não ganhou essa interpretação quando o então presidente Lula, em 2007, trocou os diretores da PF alegando que precisava ter “mais informações sobre as grandes operações da Polícia Federal”. A ex-presidente Dilma Rousseff também foi acusada de tentar interferir nas ações da PF, mas nem ela e nem o antecessor foram acusados de “crime de responsabilidade”.
Durante o pronunciamento em que anunciou sua saída do cargo, nesta sexta (24), o ex-juiz Sérgio Moro citou como exemplar o relacionamento dos governos do PF com a Polícia Federal.
Na ocasião, em 2007, uma conversa telefônica de um investigado com o então presidente foi interceptada pela PF, no âmbito da Operação Xeque-Mate. “Quando soube disso, Lula ficou contrariado”, diz a reportagem, utilizando-se de um eufemismo para definir a reação do petista. A PF investigava Dario Morelli, compadre de Lula e um dos alvos da Xeque-Mate.
“Assessores palacianos avaliavam que a PF estava fora de controle e que as autoridades do governo, muitas vezes, tomavam conhecimento de assuntos sensíveis pelos jornais”, anotou os autores do texto.
Medida administrativa banal
A reportagem de Andrea Michael e Kennedy Alencar, publicada sem estardalhaço na Folha de S. Paulo em 11 de setembro de 2007, informa com a naturalidade de notícia sobre uma medida administrativa banal a troca dos diretores da PF e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). “Em conversas reservadas”, justifica a reportagem da Folha a atitude do então presidente, “Lula se queixa de saber ações da PF pelos jornais”.
A reportagem sobre a decisão de Lula de trocar a direção da PF para receber informações privilegiadas da PF sobre grandes operações, não recebe tratamento de “interferência”, também abre espaço para interpretações como a de “crime de responsabilidade”, atribuída ao caso Moro x Bolsonaro.
Para ler a reportagem da Folha de 11 de setembro de 2007, clique aqui.
Interferências ou cobranças?
No pronunciamento em que anunciou sua demissão, Sérgio Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro de pretender trocar o diretor-geral da PF para “interferir” na instituição. Não especificou o tipo de interferência, mas a imprensa a ligou a investigações que possam alcançar seus filhos.
Em resposta a Moro, no fim da tarde desta sexta, Bolsonaro desmentiu categoricamente essa intenção e afirmou que exerceu o direito, como presidente da República, de exigir da PF investigações mais efetivas sobre o atentado a faca que sofreu, durante a campanha.
Outra “interferência”, segundo o presidente, não passou de cobranças para que a PF investigasse as motivações do porteiro do condomínio onde morava, no Rio de Janeiro, ao tentar envolvê-lo com suspeitos do assassinato da vereadora Marielle. Bolsonaro se queixou de que não foi a PF que desfez armação contra o presidente da República, como seria seu dever, e sim a investigação amadorística do vereador Carlos, seu filho, consultando os registros das ligações gravadas na portaria do condomínio. Por Cláudio Humberto

‘DOAÇÃO’ DE HUCK PODE CONFIGURAR CRIME ELEITORAL


Louco para virar político, se Luciano Huck tentar se lançar prefeito do Rio de Janeiro, este ano, como se fala, pode ser impedido. Semana passada, ele divulgou vídeo através do Whatsapp onde anunciou uma doação de R$200 a qualquer residente de Vegel do Lago (AL). É uma campanha que chamou de “Zap do bem”, onde residente da região – após cadastro – recebe um crédito através de carteira digital para “pagar boletos, fazer compras”. O problema é que isso pode ser crime eleitoral. Por Cláudio Humberto

Cerca de 2,4 milhões de pessoas ainda não sacaram o abono salarial


A um mês do fim do prazo para a retirada do PIS/Pasep referente ao ano base de 2019/2020, cerca de 2,4 milhões de pessoas com direito ao abono salarial não sacaram o benefício. O número representa 11% do total. Segundo a Caixa, o valor não retirado e que está disponível para o saque é de R$ 1,6 bilhão.

O pagamento do último lote foi em 19 março. Mas o trabalhador terá até o dia 29 de maio para sacar. Quem perder a data continua a ter direito ao benefício. A Secretaria de Trabalho, do Ministério da Economia, afirma que é assegurado o prazo prescricional de 5 anos para ter acesso ao abono salarial.
O que fazer
Para isso, quem tem direito e ainda não sacou o benefício deverá  buscar orientações em uma das unidades de atendimento da Secretaria de Trabalho ou entrar em contato com a central de atendimento 158, para se informar sobre as medidas que deverá tomar.
Enquanto isso, o dinheiro não retirado vai para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), fonte usada para pagamento de benefícios como o abono e o Seguro-Desemprego.
Quem tem direito
O benefício começou a ser liberado em 25 de julho de 2019. Desde então, 19,4 milhões de trabalhadores já receberam, num total de R$ 15,4 bilhões.
O abono salarial é um benefício garantido aos trabalhadores que estão cadastrados no fundo PIS/Pasep por pelo menos cinco anos, que receberam remuneração mensal de até dois salários mínimos (R$ 1.996 em 2019) durante o ano-base, ter trabalhado por pelos menos 30 dias no período e ter os dados informados pelo empregador no RAIS (Relação Anual de Informações Sociais).
O PIS (Programa de Integração Social) é pago aos trabalhadores da rede privada, enquanto o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) é o fundo destinado aos servidores públicos. Todos os recursos vão ficar disponíveis para saque até o dia 29 de maio de 2020. O próximo calendário, referende a 2020/2021, começa em 16 de julho deste ano. R7

sábado, 25 de abril de 2020

Moro sai do governo para subir no palanque


A saída de modo espetacular Sérgio Moro do cargo, com direito a pronunciamento em rede nacional, utilizando palavras cuidadosamente escolhidas com uma frase final que mais parece obra de marqueteiro político – “Fazer o certo, sempre” – conduziram as forças políticas de Brasília a concluírem que o ex-ministro da Justiça começou nesta sexta-feira (24) sua campanha a presidente da República, em outubro de 2022. Por Cláudio Humberto

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